quinta-feira, 2 de agosto de 2012

MEMÓRIAS DE ALFABETIZAÇÃO

No início era tudo escuro. Não uma escuridão da forma "negra", mas a escuridão onde ao olhar via-se apenas riscos. 

E a curiosidade dos risco era muito grande, pois sabia que ali naquelas folhas que a minha mãe recebia de minha avó, contava algo que deixava a minha mãe com muitas saudades.

Com isso a minha curiosidade de ler chegou ao meu ser e foi com a paciência, o amor e seu orgulho de ser professora que a minha mãe me apresentou as letras.

Foi na cartilha caminho suave que me alfabetizei e quando fui para sala de aula, com tantas crianças, já sabia ler e escrever.

Mesmo assim, o processo na escola teve seus "defeitos".

Tão grande era minha timidez, o medo de encontrar o novo que nem conseguia pedir para ir ao banheiro, então o constrangimento foi maior ainda, pois fiz xixi na sala de aula e todo mundo viu.

Durante o período, lembro-me da lousa cheia de peixinhos que era o "l", onde a professora desenhava os olhinhos, boquinhas e o "c" que ela dizia ser as ondas do mar.

Apesar de ser cansativo a repetição das letras era gostoso e sempre queria fazer mais. 

Da minha época escolar o que marcou mais foi encontrar no quarto ano a professora Maria Helena. Muito carinhosa, atenciosa, meiga.

Aquela sim, era a minha segunda mãe.

Afinal desde que entrei na escola as professoras diziam ser a 2ª mãe.

E esses foram os primeiros passos para o longo caminho que tracei na minha vida com as letras.


Elisabete  Soares Pivato







Nenhum comentário:

Postar um comentário